Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente


Passagem
Nativa de Tanna desce uma escadaria em direcção a uma das praias nas imediações de Port Resolution.
À espera da lava
Habitantes e visitantes de Tanna aguardam nova erupção sobre a cratera do vulcão Yasur.
Explosão de lava
Pequena erupção estromboliana ilumina as profundezas escuras da cratera do Monte Yasur.
Desolação vulcânica
Areia e cinza impedem o proliferar da vegetação tropical em redor do vulcão Yasur, um pequeno vulcão activo de Tanna.
Pesca pouco submarina
Duas crianças tentam capturar peixes retidos na maré vazia, numa praia selvagem de Tanna.
À Moda de Nasiroro
Nativos à entrada de uma das palhotas da aldeia de Nasiroro.
Pura melanésia
Habitantes de Tanna durante o regresso a casa do mercado de Bethel.
Corridas vulcânicas
Crianças de Tanna divertem-se a descer a encosta mais suave do monte Yasur em tobogãs feitos de folhas de coqueiros.
Tronco-ponte
Dena Charlie atravessa uma ponte improvisada sobre um riacho, em Yakel.
Trio da Vida Airada
Jovens ni-vanuatu (habitantes de Vanuatu) divertem-se numa praia de Tanna.
Conversa no Nakamal
Jovens de Yakel conversam no Nakamal (largo cerimonial) da aldeia.
À porta de casa
Mulher e porcos à porta de uma das cabanas de Yakel.
Carga pesada, sorriso fácil
Ancião de Yakel carrega uma pilha de canas de bambu.
O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.

As infra-estruturas são inexistentes mas as árvores em redor ostentam enormes copas que se encarregam de obstruir o sol tropical. À sua sombra, o pequeno mercado de Bethel resplandece de cor.

O Inverno do Pacífico do Sul anunciou-se faz apenas uns dias. Um pouco por toda a ilha, as tangerinas estão prontas a colher e surgem expostas como parte de longos cachos artificiais que as nativas arranjam em redor de estacas.

Quase não passam homens neste entreposto comercial improvisado. E os longos vestidos garridos e florais das matronas melanésias destacam-se do cenário verdejante e atraem vizinhas que acabam por se abastecer também de taros, de mandioca, de abacaxis e de enormes toranjas.

mercado Bethel, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Mulheres vendem fruta e vegetais no mercado de Bethel, no litoral de Tanna.

Jimmy Nasse não tem compras a fazer. Está ansioso por mostrar os seus lugares preferidos da ilha e aparece do outro lado da rua para nos resgatar do feitiço étnico que nos retém muito para lá da hora marcada. “Vamos lá amigos, há imenso para descobrir em Tanna.

Se se prendem tanto no primeiro lugar em que paramos vai ser difícil levar-vos a todo o lado. E olhem que as estradas não ajudam”.

Aterrámos vindos de Port Vila, ilha de Efate, há duas horas e o fascínio pelo que encontramos é tal que continuamos a adiar a entrada no pequeno Tanna Lodge. De novo a caminho, passamos junto à foz de um rio e à enseada de areia negra que o acolhe.

Crianças, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Jovens ni-vanuatu (habitantes de Vanuatu) divertem-se numa praia de Tanna.

Algumas mulheres banham-se e lavam roupa nos últimos metros de água doce do caudal e o contraste dos tecidos berrantes contra o fundo cinza do solo e o azulão do oceano exigem-nos mais um ligeiro desvio.

Jimmy reforça os seus níveis de paciência. Começa a habituar-se ao que o espera.

Em breve, há-de nos confessar a sua fé Bahai. Conhecemos o templo maior desta religião, situado em Haifa, Israel, e os seus princípios de união das diferentes crenças, da busca da justiça e da paz na Terra. Depressa percebemos que estamos entregues a uma espécie de anjo ni-vanuatu (nativos de Vanuatu).

Instalamo-nos e regressamos à pick up nuns poucos minutos. Jimmy conduz-nos encosta acima em direcção à cascata de Yakel, por uma estrada enlameada que nos reclama toda a tracção do veículo.

Passamos por Nasiroro, uma aldeia formada por centenas de palhotas e com centro espiritual numa grande clareira abrigada por três figueiras-da-India majestosas.

Nakamal, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Jovens de Yakel conversam no Nakamal (largo cerimonial) da aldeia.

À Descoberta da Incrível Tanna, Guiados por Dena Charlie

É neste nakamal, que somos recebidos por Dena Charlie, o jovem anfitrião encarregue de nos apresentar à aldeia e revelar o caminho para o riacho.

Tronco-ponte

Dena Charlie atravessa uma ponte improvisada sobre um riacho, em Yakel.

Porcos e cães da tribo cruzam o trilho que serpenteia entre as palhotas e as árvores mas acaba por descer para um vale amplo e verdejante que mais parece saído de um livro antigo de ficção científica. O inglês de Dena está ao nível do bislama nativo.

E o rapaz semi-nu desempenha o seu papel com um à vontade irrepreensível. Entretanto, o sol põe-se. Dena abraça-se e queixa-se do frio que começa a incomodá-lo.

Dena Charlie, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Dena Charlie agarra uma árvore nas imediações da aldeia de Yakel.

Nós vestimos t-shirts e continuamos com calor. Dá-nos a sensação que a temperatura nunca baixou dos vinte graus mas outros habitantes da aldeia andam já com capotes de palhinha.

Quando questionamos Dena sobre a vulnerabilidade dos nativos àquelas temperaturas, este justifica-se com elegância e boa-disposição. “Pois é, somos diferentes em tanta coisa.

Já devem ter reparado na forma dos nossos pés, certo? Os vossos são bem mais estreitos e achatados e muitos ocidentais acham piada aos nossos. Outra distinção está na resistência ao frio. Aqui, com esta temperatura, ficamos todos a tremer.”

À Moda de Nasiroro

Nativos à entrada de uma das palhotas da aldeia de Nasiroro.

Em seguida, e como parte do protocolo tribal leva-nos à cabana do chefe da aldeia Yakel.

Kauia tem 111 anos e combateu a invasão japonesa na 2ª Guerra Mundial. Como a idade justifica, encontramo-lo bastante enfraquecido, deitado sobre uma cama de bambu, subsumido na escuridão fumarenta do interior da palhota.

Trocamos algumas palavras mas o chefe mostra-se demasiado débil e surpreso. Dena relembra-nos que a sua vida é das mais longas que há em Vanuatu, em toda a Melanésia e, segundo lhe dizem, no mundo.

Conta-nos ainda que Kauia foi um dos chefes que protagonizaram a formação do mito do Príncipe Filipe.

A Enigmática Fé do Povo de Tanna na Realeza Britânica

Por alguma razão, a tribo Yahohnanen começou a acreditar que o Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo e consorte da rainha Isabel II era um ser divino, filho de Keraperamun, o deus da montanha mais elevada de Tanna.

Desolação vulcânica

Areia e cinza impedem o proliferar da vegetação tropical em redor do Yasur, um pequeno vulcão activo de Tanna.

E também que tinha, em tempos, viajado a uma terra distante, casado com uma mulher poderosa e que regressaria. Esta ideia foi reforçada quando os nativos observaram a reverência com que os oficiais coloniais britânicos tratavam a rainha Isabel II.

Mais tarde, em 1974, o casal real visitou as Novas Hébridas e os nativos puderam observar o príncipe Filipe que os impressionou ainda mais do que nas imagens que antes haviam visto.

O príncipe não conhecia o culto mas foi dele informado pelo comissário residente que sugeriu que enviasse uma fotografia sua após o regresso à Grã-Bretanha. Filipe seguiu o conselho.

Quando a fotografia chegou, os aldeões retribuíram oferecendo-lhe um bastão tradicional nal-nal. E o príncipe enviou uma nova fotografia sua empunhando aquele bastão.

Meet the Natives e o Alívio dos Nativos pelo Regresso à Pátria Vanuatu

Essas fotografias foram guardadas pelo chefe Jack Naiva e ajudaram a prolongar o culto. De tal forma que, em 2007, o Channel 4 da BBC criou Meet the Natives uma espécie de reality show protagonizado por um grupo de nativos pertencentes ao Prince Philip Movement de visita à Grã Bretanha.

O seu périplo culminou num encontro com o príncipe em que foram trocadas prendas incluindo mais uma fotografia de Filipe. Acabou a revelar a felicidade indisfarçável dos nativos por voltarem à sua amada Tanna que os recebia em festa, mesmo depois de terem revisto o seu messias e descoberto as maravilhas civilizacionais do Ocidente.

Enquanto descemos de Yakel para a beira-mar, Dena Charlie e  Jimmy Nasse acrescentam pormenores sórdidos em redor dos cultos que contemplam desentendimentos entre as tribos.

Mas depressa chegamos a novos lugares imperdíveis e passam a transmitir-nos outras informações. Inspeccionamos a enseada idílica de Port Resolution, em que ancorou, em 1774, o navio homónimo de James Cook.

Trio da Vida Airada

Jovens ni-vanuatu (habitantes de Vanuatu) divertem-se numa praia de Tanna.

Passamos ainda por White Sands, uma praia invadida pela vegetação tropical luxuriante, com grandes areais brancos em que brincam e pescam dezenas de crianças visivelmente felizes no seu paraíso melanésio.

Ao Ritmo do Pequeno Vulcão Yasur

Dali, dirigimo-nos ao monte e vulcão Yasur, a principal expressão vulcânica de Tanna.

Jimmy Nasse conduz-nos por cursos de água com pequeno caudal que usa como atalho. Pelo caminho vemos manadas de cavalos selvagens que vagueiam na planície forrada por feno tropical, passamos por mulheres que regressam do mercado e por um grupo de homens que acaba de sacrificar uma vaca.

Nativa e vaca, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Mulher de Tanna tem a companhia de uma vaca curiosa.

A determinada altura, chegamos a um ponto elevado que nos revela a vastidão florestal predominante e a ilha de areia e cinza nela aberta pelo vulcão Yasur.

Depois, regressamos à planura e entramos nesta área de aparência desértica e inóspita decorada, aqui e ali, por plantas e arbustos exóticos isolados.

Corridas vulcânicas

Crianças de Tanna divertem-se a descer a encosta mais suave do monte vulcão Yasur em tobogãs feitos de folhas de coqueiros.

Aproximamo-nos da encosta do Yasur e encontramos miúdos que rejubilam a exibir-nos a sua arte de descer a vertente sentados em tobogãs feitos de troncos de coqueiros.

Contornamos aquela enorme rampa arenosa para chegarmos ao ponto de acesso mais fácil à cratera, situada a uns meros 361 metros de altitude.

A meio desse trilho, damos com a caixa de correio emblemática do vulcão Yasur em que, mesmo algo receosos, depositamos dezenas de postais.

Quando chegamos ao topo, o sol está prestes a pôr-se e o vento muda frequentemente de direcção. Pulveriza gases tóxicos sobre os forasteiros e nativos em redor do cume.

À espera da lava

Habitantes e visitantes de Tanna, Vanuatu, aguardam nova erupção sobre a cratera do vulcão Yasur.

A Cratera Tóxica e as Erupções Suaves do vulcão Yasur

O ocaso pinta de laranja as nuvens e o fumo disperso e serve de introdução aquele que é o espectáculo mais esperado.

Com o lusco-fusco já instalado, dá-se finalmente uma primeira erupção que projecta para os ares um repuxo profuso de lava incandescente.

As erupções do vulcão Yasur são estrombolianas e quase regulares.

Explosão de lava

Pequena erupção estromboliana ilumina as profundezas escuras da cratera do vulcão Yasur, em Tanna, Vanuatu

Conscientes desse facto, aguardamos pelo cair da noite e pela próxima, mas Jimmy respira já com alguma dificuldade, vítima de um contacto quase diário com o gás sulfuroso.

E nós, desprovidos de máscaras realmente eficazes, também começamos a sentir alguma irritação dos olhos e dos brônquios. Concordamos em descer para a segurança da Sulphur Bay.

O dia tinha sido longo.

Na manhã seguinte, esperava-nos uma visita ao santuário de outra das intrigantes personagens messiânicas de Tanna.

À Espera de John Frum e do Seu “Cargo”

As Novas Hébridas ainda eram governadas em condomínio pelos franceses e pelos britânicos quando se falou, pela primeira vez, de John Frum.

Segundo os primeiros testemunhos, um nativo de nome Manehivi, (entretanto mais conhecido por John Frum) começou a aparecer aos anciãos da ilha. Trajava um fato ocidental e dizia que iria dotar os nativos de casas, roupa e meios de transporte.

Uma versão do mito interpretou esta personagem como um espírito induzido pelo consumo excessivo de kava, uma bebida sedativa e anestesiante tradicional do Pacífico do Sul, feita a partir de uma planta, também bebida, por exemplo, em Fiji.

Outra, defendia que se tratava de uma manifestação de Keraperaum.

Fosse o que fosse, John Frum prometia o despontar de uma nova era em que todos os brancos, incluindo missionários  abandonariam as Novas Hébridas e deixariam aos melanésios o acesso à riqueza material de que os colonos usufruíam.

Para que isto acontecesse, o povo de Tanna teria apenas que rejeitar todos os aspectos da sociedade europeia (dinheiro, educação, Cristianismo, trabalho nas plantações de copra etc.) e regressar aos princípios kastom (tradicionais) da sua.

À porta, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Mulher e porcos à porta de uma das cabanas de Yakel

A Fé dos ni-vanuatu no Cumprir das Professias John Frumianas

Por volta de 1940, os seguidores de John Frum começaram a livrar-se do seu dinheiro. Deixaram as missões, escolas, aldeias e plantações. Mudaram-se para o interior, onde participaram em festins e outros rituais.

As autoridades europeias procuraram prender os líderes do culto e exilá-los para outra ilha. Nesse mesmo ano, chegaram às Novas Hébridas 300.000 tropas norte-americanas preparadas para reconquistar o Pacífico aos japoneses e portadoras de enormes quantidades de equipamento e outros bens a que os locais chamaram simplesmente “cargo”.

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os norte-americanos partiram e levaram consigo a maior parte desse “tesouro”. Insatisfeitos, os seguidores de John Frum construíram pistas de aterragem simbólicas para encorajar os aviões a voltarem e a trazer-lhes mais “cargo”.

O culto deu também origem a um movimento politico que se opôs à formação do estado independente de Vanuatu por achar que um governo centralizado só iria favorecer a modernidade do Ocidente e o Cristianismo.

Carga pesada

Ancião de Yakel carrega uma pilha de canas de bambu.

A crença mantém-se activa. O Chefe Isaak Wan Nikiau – o líder – declarou à BBC: “John Frum é o nosso deus, o nosso Jesus. Um dia vai regressar”.

O aspecto desta personagem mitológica não é, todavia, consensual.

Dependendo do crente em questão, poderá tratar-se de um ni-vanuatu, de um branco, ou de um GI norte-americano. Na realidade, para os crentes e outros nativos, tanto faz.

Até que a profecia se cumpra, com ou sem o “cargo” devido, a vida continuará a florescer em Tanna.

Wala, Vanuatu

Cruzeiro à Vista, a Feira Assenta Arraiais

Em grande parte de Vanuatu, os dias de “bons selvagens” da população ficaram para trás. Em tempos incompreendido e negligenciado, o dinheiro ganhou valor. E quando os grandes navios com turistas chegam ao largo de Malekuka, os nativos concentram-se em Wala e em facturar.
Efate, Vanuatu

A Ilha que Sobreviveu a "Survivor"

Grande parte de Vanuatu vive num abençoado estado pós-selvagem. Talvez por isso, reality shows em que competem aspirantes a Robinson Crusoes instalaram-se uns atrás dos outros na sua ilha mais acessível e notória. Já algo atordoada pelo fenómeno do turismo convencional, Efate também teve que lhes resistir.
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
Honiara e Gizo, Ilhas Salomão

O Templo Profanado das Ilhas Salomão

Um navegador espanhol baptizou-as, ansioso por riquezas como as do rei bíblico. Assoladas pela 2ª Guerra Mundial, por conflitos e catástrofes naturais, as Ilhas Salomão estão longe da prosperidade.
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Pentecostes, Vanuatu

Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Espiritu Santo, Vanuatu

Divina Melanésia

Pedro Fernandes de Queirós pensava ter descoberto a Terra Australis. A colónia que propôs nunca se chegou a concretizar. Hoje, Espiritu Santo, a maior ilha de Vanuatu, é uma espécie de Éden.
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Espiritu Santo, Vanuatu

Os Blue Holes Misteriosos de Espiritu Santo

A humanidade rejubilou, há pouco tempo, com a primeira fotografia de um buraco negro. Em jeito de resposta, decidimos celebrar o que de melhor temos cá na Terra. Este artigo é dedicado aos blue holes de uma das ilhas abençoadas de Vanuatu.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Arquitectura & Design
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Cerimónias e Festividades
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Cidades
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Kigurumi Satoko, Templo Hachiman, Ogimashi, Japão
Cultura
Ogimashi, Japão

Um Japão Histórico-Virtual

Higurashi no Naku Koro ni” foi uma série de animação nipónica e jogo de computador com enorme sucesso. Em Ogimashi, aldeia de Shirakawa-Go, convivemos com um grupo de kigurumis das suas personagens.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Em Viagem
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Cobá, viagem às Ruínas Maias, Pac Chen, Maias de agora
Étnico
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
História
Nikko, Japão

Nikko, Toshogu: o Santuário e Mausoléu do Xogum Tokugawa

Um tesouro histórico e arquitectónico incontornável do Japão, o santuário Toshogu de Nikko homenageia o mais importante dos xoguns nipónicos, mentor da nação japonesa: Tokugawa Ieyasu.
Lago Sorvatsvagn, Vágar, Ilhas Faroé
Ilhas
Vágar, Ilhas Faroé

O Lago que Paira sobre o Atlântico Norte

Por um capricho geológico, Sorvagsvatn é muito mais que o maior lago das ilhas Faroé. Falésias com entre trinta a cento e quarenta metros limitam o extremo sul do seu leito. De determinadas perspectivas, dá a ideia de estar suspenso sobre o oceano.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Natureza
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Totem, Sitka, Viagem Alasca que já foi da Rússia
Parques Naturais
Sitka, Alasca

Sitka: Viagem por um Alasca que Já foi Russo

Em 1867, o czar Alexandre II teve que vender o Alasca russo aos Estados Unidos. Na pequena cidade de Sitka, encontramos o legado russo mas também os nativos Tlingit que os combateram.
Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Portal para uma ilha sagrada
Património Mundial UNESCO
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Varela Guiné Bissau, praia de Nhiquim
Praias
Varela, Guiné Bissau

Praia, derradeiro Litoral, até à Fronteira com o Senegal

Algo remota, de acesso desafiante, a aldeia pacata e piscatória de Varela compensa quem a alcança com a afabilidade da sua gente e com um dos litorais deslumbrantes, mas em risco, da Guiné Bissau.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Uma espécie de portal
Sociedade
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Vida Selvagem
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.