Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso


Selva de Glória-da-Manhã
Floresta de glória-da-manhã da da aldeia de Botko.
Praínha Negra de Malekula
Mar tranquilo invade um dos inúmeros areais semi-vulcânicos da ilha de Malekula.
A Prova de Osso
Chefe Gilbert mostra uma caveira guardada no cimo cerimonial-canibal nas imediações da aldeia de Botko.
Benvindo a Botko
Palhotas da aldeia ex-canibal de Botko. Situada no cimo da ilha de Malekula
Taro & Leite de coco
Nativa da aldeia de Botko prepara um petisco feito de taro e leite de coco.
Pausa para cacau
Jovem da aldeia de Botko corta cacau para oferecer aos visitantes.
Por uma selva densa
Guia George e um auxiliar prestes a sumirem-se num trilho de selva que conduz à aldeia ex-canibal Botko.
Trio de Totens
Totens cerimoniais e territoriais à entrada da aldeia de Botko.
Um Curto Descanso
Chefe Gilbert nas suas melhores roupas repousa junto ao guia George após uma caminhada íngreme de Botko até; ao lugar em que se processavam os rituais canibais da aldeia.
Um rio sinuoso
Rio lamacento desce das terras mais altas de Malekula para o mar em repetidos meandros e ao longo da selva cerrada de Malekula.
Floresta de Glória-da-manhã
Mata densa de glória da manhã;, predominante em várias zonas de várias ilhas de Vanuatu
A Natureza do Chefe Gilbert
Chefe de Botko, Gilbert, semi-sumido na vegetação densa em redor da aldeia.
Gado tribal
Vaca da aldeia Botko, na base de um coqueiro.
Pacífico do Sul vs Selva
Litoral selvagem de Malekula, uma das mais de 80 ilhas do arquipélago melanésio de Vanuatu.
Uma Antiga Prática Canibal
Chefe Gilbert exemplifica a antiga técnica de esquartejar os corpos, num local antes usado pelos seus antecedentes para rituais canibais.
A Caminho de Botko
Guia George e auxiliares caminham por uma praia de Malekula, em direcção a Botko.
Grande Chefe contra Figueira-das-Índias
O grande chefe Gilbert diminuto contra os troncos tentaculares de um enorme figueira-das-índias projectada do local em que eram realizados os rituais canibais da aldeia de Botko.
Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.

Ainda faltam alguns quilómetros mas George, o guia que tínhamos para aquelas paragens de Vanuatu já vem a tentar comunicar com a aldeia faz tempo.

De quando em quando, ouvem-se respostas difusas aos seus chamamentos guturais que se confundem com um eco longínquo mas o nativo ni-vanuatu assegura-nos que, em Botko, já todos nos esperam.

Mais meia-hora de caminhada e damos com três troncos com cabeças humanas esculpidas. George puxa de um bastão e bate numa delas produzindo um som que percebemos funcionar como uma espécie de campainha tribal.

Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu

Totens cerimoniais e territoriais à entrada da aldeia de Botko.

”Não podemos entrar no território deles sem antes nos anunciarmos à entrada, explica.” E continua a liderar-nos caminho acima.

O Acolhimento Francófono na Aldeia de Botko

O chefe da aldeia aguarda, curioso, no cimo da última rampa enfiado numa camisa florida e fluorescente que nos espanta de tão surreal. “Soyez bienvenus” profere num francês de sotaque crioulo, assim que chegamos ao pé de si, enquanto outros indígenas nos examinam da cabeça aos pés.

George completa as apresentações em bislama, o estranho dialecto anglófono desta nação melanésia. Quando o protocolo inicial termina, Gilbert retoma a palavra e deixa perceber uma enorme preocupação em explicar que a sua tribo evoluiu, foi convertida pelos missionários e que mantém tanto a crença em Jesus como orgulho na fé.

Chefe Gilbert, Botko, Malekula, Vanuatu

Chefe de Botko, Gilbert, semi-sumido na vegetação densa em redor da aldeia.

“De onde são? Portugal? Europa não é? Creio que esses também por cá andaram. Então devem ser um povo cristão, certo? Connosco, os missionários franceses fizeram um bom trabalho, não se preocupem que estão em boas mãos.”

Mesmo assim, como é essa a vossa vontade, vamos mostrar-vos os costumes terríveis dos nossos antepassados. Descansem agora. Já caminharam muito, mas olhem que ainda têm um bom bocado para andar.”

A Caminho do Cume Cerimonial e Canibal de Botko

Concordamos sem reservas. Durante mais de seis horas e sob um calor húmido atroz, subimos da beira-mar de Malekula até àquele domínio elevado e big namba, assim considerado por pertencer a tribos que usam cápsulas vegetais a cobrir o pénis maiores que as de tribos de outras partes, estas logicamente chamadas de small nambas.

Nativos em trilho, Malekula, Vanuatu

Guia George e um auxiliar prestes a sumirem-se num trilho de selva que conduz à aldeia ex-canibal Botko.

Faltava uma hora para chegarmos ao lugar que mais interessava. Para preparar os derradeiros quilómetros, sentamo-nos sobre uma esteira que os anfitriões tinham colocado de frente para um vale luxuriante. Refrescamo-nos e devoramos alguma fruta tropical.

Nativo corta cacau, aldeia de Botko, Malekula, Vanuatu

Jovem da aldeia de Botko corta cacau para oferecer aos visitantes.

Algum tempo depois, o chefe Gilbert volta a aparecer e tomamos um novo trilho. Um jovem segue na frente enquanto outro protege a rectaguarda do grupo. Estão ambos munidos de catanas que usam a toda a hora para cortar a vegetação invasiva ou simplesmente para se entreterem.

O uso repetido daquela arma, no contexto histórico porque nos tínhamos aventurado e no ambiente selvagem envolvente parecia activar-nos o lado mórbido da imaginação. Renovavam-se, assim, receios primários que nem a mais pura racionalidade conseguia afastar e risadas nervosas intermitentes que partilhávamos para os eliminar.

Atravessamos riachos infestados de mosquitos potencialmente portadores de malária e trepamos sobre troncos massivos, tombados durante as piores tempestades da época das chuvas.

A determinada altura, o trilho atinge um cume destacado em que, começamos por ter uma vista longínqua do oceano Pacífico circundante para logo regressarmos à habitual atmosfera sombria.

Selva, Malekula, Vanuatu

Floresta de Glória-da-manhã da da aldeia de Botko.

Caveiras, ossadas, Pedras de Arranjo: uma Espécie de Matadouro Canibal

Gilbert conduz-nos aos diversos locais e artefactos a que os seus antepassados recorriam para realizar os rituais antropófagos. Começa por mostrar uma pedra com um buraco maior cheio de água e outros mais pequenos, vazios.

Explica que os nativos ali se pintavam para o sacrifício final dos inimigos, usando os orifícios menores como palete de cores naturais e a água no maior, como espelho e para corrigir imperfeições.

Passa, em seguida, para uma outra grande rocha abrasiva em que demonstra como faziam fogo e o aumentavam, de imediato, incendiando folhas secas. Logo após, leva-nos a uma enorme pilha de pedras usadas para lavar, cortar e cozinhar os cadáveres das tribos inimigas.

Chefe Gilbert, aldeia de Botko, Malekula, Vanuatu

Chefe Gilbert exemplifica a antiga técnica de esquartejar os corpos, num local antes usado pelos seus antecedentes para rituais canibais.

Acrescenta que a forma tradicional de confeccionar as refeições era cortar os corpos aos bocados, metê-los num buraco que funcionava como forno natural, junto com inhames e taro, tudo sob uma cobertura de folhas de bananeira que aprisionava o vapor.

Ficamos ainda a saber que o tempo de confecção normal se situava entre as três e as cinco horas e “que os chefe das aldeias tinham o privilégio de comer as cabeças das vítimas, algo que faziam por então se acreditar que, dessa forma, conquistavam mais força”.

Pormenores Mórbidos do Canibalismo de Botko, de Malekula e de Vanuatu

Meio a brincar, meio a sério, alguns ni-vanuatus idosos acabam por tocar no tema agora tabu do gosto da carne humana e comparam-no com o de outros animais.

O chefe de Botko sublinha que não pode falar por si mas confessa: “os meus avós consideravam-na mais doce que a de vaca ou de porco.”

Chefe Gilbert segura caveira, aldeia de Botko, Malekula, Vanuatu

Chefe Gilbert mostra uma caveira guardada no cimo cerimonial-canibal nas imediações da aldeia de Botko.

Gilbert acaba de descrever o processo prático. E para que não restem quaisquer dúvidas, mostra-nos dezenas de caveiras conservadas antes de prosseguir para a base de uma enorme figueira-da-índia usada para os mesmos propósitos antropófagos.

Chefe Gilbert e figueira das índias, Botko, Malekula, Vanuatu

O grande chefe Gilbert diminuto contra os troncos tentaculares de um enorme figueira-das-índias projectada do local em que eram realizados os rituais canibais da aldeia de Botko.

Ali, faz questão de nos voltar a tranquilizar: “costumávamos matar e comer os inimigos que vinham roubar as nossas mulheres mas já há muito que as tribos de Vanuatu o deixaram de fazer”.

Os Últimos Casos de Canibalismo Não Tão Remotos como Isso de Vanuatu

Leituras e investigações prévias pareciam provar que não tinha passado assim tanto tempo. A maior parte dos antropólogos parece concordar em que o último caso conhecido de canibalismo de Vanuatu teve lugar em 1969, mais precisamente numa baía do sudoeste de Malekula.

Aldeia de Botko, Malekula, Vanuatu

Palhotas da aldeia ex-canibal de Botko. Situada no cimo da ilha de Malekula

No entanto, os nativos desta ilha falam de outro evento macabro mais recente que se transformou numa espécie de mito selvagem, um caso em que um ancião matou e comeu uma criança da sua tribo.

É algo em que os descobridores e aventureiros pioneiros deste arquipélago de 83 ilhas luxuriantes, não teriam dificuldade em acreditar.

Até 1980, Vanuatu foi colonizado em regime de condomínio – a meias pela Grã-Bretanha e França. Apesar ou devido à independência, mantém-se profundamente tradicional, com mais de 80 por cento da população a viver em palhotas e em pequenas aldeias cercadas de selva cerrada, perdidas entre montanhas e no sopé de vulcões imponentes.

Rio, Malekula, Vanuatu

Rio lamacento desce das terras mais altas de Malekula para o mar em repetidos meandros e ao longo da selva cerrada de Malekula.

Os ni-vanuatu creem em diversas formas de magia negra e em mitos quase espontâneos. Muitos, continuam a vestir apenas saiotes feitos de ervas e nambas,  grandes ou pequenas, consoante a tribo em questão.

A Temida História de Canibalismo das ilhas de Vanuatu

Mas se as coisas se revelam assim no presente, saiba que eram bem mais primitivas nos tempos em que os navegadores ocidentais esquadrinhavam esta parte do mundo.

Praia areia negra, Malekula, Vanuatu

Mar tranquilo invade um dos inúmeros areais semi-vulcânicos da ilha de Malekula.

Os dois primeiros missionários britânicos enviados para o arquipélago foram de imediato capturados e comidos na que ficou conhecida por ilha dos Mártires, hoje chamada Erromango.

O nome de Malekula – a mesma ilha que continuamos a explorar – teve origem em desgraças semelhantes. Louis Antoine de Bougainville e outros marinheiros franceses navegaram vezes sem conta junto ao seu litoral recortado e depressa se ressentiram com a ameaça permanente do canibalismo.

De tal maneira, que a começaram a tratar por mal au cul (literalmente dor no cu). O capitão James Cook, um contemporâneo de Bouganville, terá registado a expressão no seu diário. E o tempo encarregou-se de a transformar e eternizar.

Wala, Vanuatu

Cruzeiro à Vista, a Feira Assenta Arraiais

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Efate, Vanuatu

A Ilha que Sobreviveu a "Survivor"

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Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

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Honiara e Gizo, Ilhas Salomão

O Templo Profanado das Ilhas Salomão

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Gizo, Ilhas Salomão

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Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

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